A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quinta-feira (28) cinco pessoas e cumpriu oito mandados de busca e apreensão na Operação Decantação 2, que investiga fraude em licitações e desvio de dinheiro na Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago). O ex-governador José Eliton (PSDB) é alvo de mandados de busca.
De acordo com a PF, empresários, dirigentes da empresa e agentes públicos são investigados pelos desvios. As buscas são feitas, conforme a polícia, em endereços de investigados e pessoas ligadas ao ex-governador, em Goiânia e Aparecida de Goiânia.
Durante uma das buscas, os policiais acharam uma mala com cerca de R$ 1,3 milhão e armas na casa de Gisella Silva de Oliveira Albuquerque. Ela é filha de Luiz Alberto de Oliveira, ex-chefe de gabinete do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), que renunciou ao cargo para concorrer à eleições de 2017. No carro de Luiz Alberto, os policiais encontraram R$ 1 milhão. Ambos estão presos.
Foram presos também os sócios da Sanefer Construções e Empreendimentos Carlos Eduardo Pereira da Costa e Nilvane Tomás de Sousa Costa e o ex-diretor de gestão corporativa da Saneago Robson Borges Salazar. Os envolvidos responderão pelos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, fraudes em processos licitatórios e lavagem de dinheiro, sem prejuízo de demais implicações penais ao final da investigação.
Segundo a PF, foi constatado que três empresas, de um único dono, foram beneficiadas em contratos com a Saneago, mesmo com "impedimentos fiscais e não sendo especialistas na prestação dos serviços demandados, o que indica direcionamento de licitação". A investigação apontou também que José Eliton usou, por várias vezes, um avião de propriedade de uma das empresas.
Se acordo com as investigações, parte dos recursos recebidos pela prestação de serviços à Saneago era repassada para o chefe de gabinete do então governador do estado. Também há indícios de que as empresas eram utilizadas para lavagem de dinheiro, pois conforme a PF, ficou comprovada transferência de valores na ordem de R$ 28 milhões entre o chefe de gabinete do ex-governador e a conta de uma das empresas.
Operação - O nome Decantação faz menção a um dos processos de tratamento de água, em que ocorre a separação de elementos heterogêneos. A primeira fase da operação foi deflagrada em 2016 e desarticulou célula criminosa responsável pelo desvio de cerca de R$ 4,5 milhões da Saneago.
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Fonte: G1 Goiás
Foto: Polícia Federal