Agricultores familiares interessados em participar devem procurar unidades da Emater para cadastrar propostas. Ação beneficia pequeno produtor, desenvolve economia local e garante segurança alimentar de pessoas em situação de vulnerabilidade social: serão mais de 100 mil goianos atendidos em 75 municípios.
Os produtores rurais da agricultura familiar que possuem Declaração de Aptidão ao Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf/DAP Física) podem participar do Chamamento Público lançado pelo Governo de Goiás do Programa de Aquisição de Alimentos Estadual (PAA/GO), na modalidade Compra com Doação Simultânea. O prazo para o cadastramento foi aberto nesta segunda-feira (14/09), com publicação do edital no Diário Oficial, e vai até 13 de outubro e, no total, são disponibilizados R$ 4,02 milhões para a execução do PAA no Estado.
O programa é uma ação promovida por meio da parceria entre o Governo de Goiás e o Governo Federal, com recursos do Ministério da Cidadania. A execução ocorre via Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), com o apoio da Secretaria da Retomada.
O PAA prevê a articulação entre a produção da agricultura familiar e as demandas regionais de suplementação alimentar, além do desenvolvimento da economia local, na qual os produtos adquiridos são doados às pessoas em insegurança alimentar. Além da Seapa e da Emater, participam da execução do programa a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e o Gabinete de Políticas Sociais (GPS), responsáveis pela indicação das famílias em situação de vulnerabilidade a serem contempladas com o benefício.
De acordo com o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, a adesão ao programa do Ministério da Cidadania parte do entendimento de reunir esforços na promoção de políticas públicas que beneficiem a todos. “Seguimos a orientação do governador Ronaldo Caiado de buscar oportunidades de promoção econômica e social para os goianos e vimos no PAA uma iniciativa ímpar, que traz recursos federais, articula as pastas do governo e promove um trabalho conjunto e complementar que beneficia pequenos produtores e famílias em condições de vulnerabilidade social”, explica. “É um ciclo virtuoso de desenvolvimento que impulsiona tanto o econômico quanto o social”, complementa.
Do ponto de vista do pequeno produtor, o PAA é uma ferramenta importante para facilitar a venda dos itens da agricultura familiar. “O pequeno tem a expertise para produzir bem, de maneira eficiente, adotando todas as tecnologias, mas na última fase do processo, que é a comercialização, encontra uma série de dificuldades, não consegue acessar os mercados”, aponta o presidente da Emater, Pedro Leonardo de Paula Rezende. “Nesse sentido, o PAA é uma política pública que facilitará a comercialização dos itens da agricultura familiar.”
O presidente explica, ainda, que o papel da Emater no PAA é promover o acesso às pessoas que de fato precisam dessa política pública, que são os pequenos produtores. “Nossa tarefa é orientar sobre toda a documentação e providências que precisam tomar para se tornarem aptos a aderir a esse programa, para que, com isso, possam planejar a sua produção de forma a ter a garantia de que vão conseguir comercializar.”
Além dos produtores da agricultura familiar, o PAA beneficia a população vulnerável nas regiões contempladas com a doação simultânea. A expectativa é que mais de 100 mil pessoas sejam beneficiadas diretamente pela ação em 75 municípios goianos.
A presidente de honra da OVG e coordenadora do Gabinete de Políticas Sociais (GPS), primeira-dama Gracinha Caiado, comemora a parceria e destaca o compromisso do Governo de Goiás em atender os goianos mais vulneráveis. “É época de união e solidariedade. Mais uma vez o Estado participa de uma ação que garantirá alimento na mesa daqueles que mais precisam”, diz. Ela ainda frisa o estímulo ao desenvolvimento regional. “Temos a oportunidade de valorizar e fortalecer a agricultura familiar, a produção sustentável e a geração de renda para famílias de pequenos agricultores, que terão seu sustento garantido e incentivo para produzirem ainda mais”, acrescenta.
Já a diretora-geral da OVG, Adryanna Melo Caiado, afirma que a Organização vai abraçar a causa. “Nossas equipes estão identificando as entidades sociais que atendem aos requisitos exigidos. Temos certeza que esse programa vai promover o acesso à alimentação em quantidade, qualidade e regularidade às pessoas de baixa renda, em situação de insegurança alimentar e nutricional.”
A ação faz parte, ainda, das medidas determinadas pelo governador Ronaldo Caiado para incentivar o crescimento da economia no Estado e o aumento da geração de emprego, anunciadas durante a oficialização da Secretaria da Retomada. “A importância do PAA é que estamos dando foco em ciclos curtos de comercialização e isso é uma aplicação direta de recursos nos pequenos. Além de uma ação social que vai promover compra de alimentos da agricultura familiar e doação para instituições de caridade, o Governo de Goiás traz recursos para economia local, que é basicamente injeção na veia na economia desses municípios”, reforça o titular da pasta recém-criada, César Moura.
Cadastramento e seleção
Podem participar agricultores familiares e demais beneficiários que se enquadrem nas disposições da Lei Estadual nº 19.767/2017, que institui a Política Estadual de Compra da Produção da Agricultura Familiar (https://legisla.casacivil.go.gov.br/pesquisa_legislacao/99078/lei-19767). Para esta edição, serão beneficiados produtores de 75 municípios goianos classificados pelo Mapeamento da Insegurança Alimentar e Nutricional – Mapa INSAN (2018), segundo a Portaria nº 396, de junho de 2020 (lista disponível abaixo).
Para o cadastramento e envio de proposta, o produtor interessado deve procurar um escritório da Emater de sua região e junto a um técnico da pasta preencher formulário padrão online, disponibilizado nos sites da Seapa (www.agricultura.go.gov.br) e da Emater (www.emater.go.gov.br), e anexar os documentos exigidos no Chamamento Público, além da Proposta de Venda, conforme consta do edital.
As propostas deverão ser classificadas segundo critérios de priorização, em sistema de pontuação, com pontos adicionais para: Participação em associação de produtores (02 pontos); Participação em cooperativa (03 pontos); Mulher, Quilombola, Indígena, Assentado da Reforma Agrária, PNCF e/ou Comunidades tradicionais (01 ponto para cada situação de enquadramento); e Produção agroecológica ou orgânica (02 pontos à produção que comprovadamente se adequar a esta categoria).
Considerando-se que os produtos da agricultura familiar a serem adquiridos são sazonais e na grande maioria perecíveis, as propostas serão avaliadas imediatamente após sua entrega e o resultado da sua aprovação ou não deverá ser publicado nos sites das duas entidades, em até dez dias úteis após o recebimento. Os produtos serão imediatamente adquiridos e distribuídos, uma vez que não é viável a estocagem.
As contratações serão frequentes e as entregas serão parceladas de acordo com a produção dos agricultores e com a capacidade de recepção das entidades beneficiárias recebedoras. O fornecedor se compromete a entregar os gêneros alimentícios nos preços estabelecidos no Chamamento Público por um período de 10 meses ou até a entrega total dos produtos, ou seja, o fornecimento ocorrerá até o término da quantidade contratada.
Os produtos contemplados e os preços pagos por eles estão definidos nos Anexos 2 e 3 do Chamamento Público, e o pagamento será realizado em até 45 dias após a apresentação da documentação devidamente atestada pelos responsáveis da Emater e da Seapa, correspondente a cada fornecimento, incluindo Termo de Entrega; Termo de Aceitabilidade; e nota fiscal. O pagamento aos beneficiários fornecedores será realizado pelo Ministério da Cidadania por intermédio de instituição financeira oficial, Banco do Brasil, em cartão específico fornecido ao próprio produtor.
Municípios participantes
As compras e doações simultâneas serão realizadas para os 75 municípios classificados pelo Mapeamento da Insegurança Alimentar e Nutricional – Mapa INSAN (2018), segundo a Portaria nº 396, de junho de 2020 (listados no Anexo 1 do Chamamento Público). São eles: Abadia de Goiás, Abadiânia, Águas Lindas de Goiás, Amorinópolis, Anápolis, Anicuns, Aparecida de Goiânia, Araçu, Aragoiânia, Araguapaz, Aurilândia, Bom Jardim de Goiás, Bom Jesus de Goiás, Bonfinópolis, Brazabrantes, Campestre de Goiás, Campos Belos, Carmo do Rio Verde, Cavalcante, Ceres, Cidade Ocidental, Cristalina, Cristianópolis, Damianópolis, Faina, Goianésia, Goianira, Goiatuba, Guapó, Heitoraí, Ipameri, Iporá, Itapirapuã, Itapuranga, Itumbiara, Ivolândia, Jaraguá, Jaupaci, Jussara, Luziânia, Mairipotaba, Maurilândia, Minaçu, Moiporá, Monte Alegre de Goiás, Morrinhos, Morro Agudo de Goiás, Nerópolis, Nova Veneza, Novo Gama, Orizona, Padre Bernardo, Paranaiguara, Petrolina de Goiás, Pirenópolis, Pires do Rio, Posse, Quirinópolis, Rio Verde, Rubiataba, Santa Rita do Araguaia, Santa Rita do Novo Destino, Santo Antônio do Descoberto, São Domingos, São João da Paraúna, São João d'Aliança, São Luís de Montes Belos, São Miguel do Araguaia, Senador Canedo, Silvânia, Trindade, Uruaçu, Uruana, Valparaíso de Goiás e Vianópolis.
Mais informações sobre o Programa podem ser obtidas no telefone (62) 3201-8963 e no e-mail paa.estadual@goias.gov.br ou ainda nas unidades da Emater espalhadas pelo Estado.
Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) - Governo de Goiás
Fonte: https://agricultura.go.gov.br